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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA: Abordagem através da Taxa de Mortalidade
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, a tábua de mortalidade constitui um modelo demográfico que descreve a incidência da mortalidade ao longo do ciclo de vida da população. A partir dela, podemos extrair indicadores que são associados diretamente com as condições sanitárias, de saúde e segurança dessa população em estudo, constituindo um modelo de grande importância que avalia e introduz os ajustes necessários nas políticas públicas voltadas para a sociedade. São eles:
1. Probabilidades de morte entre duas idades exatas. Em particular, a de um recém- nascido falecer antes de completar 1 ano de vida (taxa de mortalidade infantil);
2. Expectativas de vida a cada idade, principalmente a expectativa de vida ao nascer.
Para o ano de 2018, a tábua de mortalidade projetou uma expectativa de vida para a população de 76,3 anos (acréscimo de 3 meses e 4 dias se comparada ao ano de 2017). A projeção para os homens teve um aumento de 3 meses e 7 dias, passando de 72,5 para 72,8 anos; já para as mulheres, passou de 79,6 para 79,9 anos (3 meses exatos). O ganho foi um pouco menor. No mesmo ano, a probabilidade de uma criança recém nascida não completar 1 ano foi de 0,0124, ou seja, a cada mil crianças, 12,4 não completariam o seu primeiro ano de vida.

A partir de 1940, é possível observar uma queda contínua nas taxas de mortalidade de crianças até 5 anos, com declínio de 91,6%, enquanto a mortalidade entre 1 e 4 anos diminuiu 97,2%. Assim, nesse período, 134 vidas de crianças menores de 1 ano foram poupadas a cada 1000 nascidas vivas. Foram também poupadas nesse mesmo período 198 vidas a cada mil crianças de até 5 anos. A taxa de mortalidade na infância em 2018 era de 14,4 por mil, conforme tabela abaixo.

Através de ações introduzidas com a intenção de reduzir a mortalidade infantil e a mortalidade nas demais idades no Brasil, a consequência imediata foi a diminuição dos níveis de mortalidade e, consequentemente, o aumento da expectativa de vida da população brasileira através dos anos (tabela 2). São elas: campanhas de vacinação, atenção ao pré-natal, aleitamento materno, agentes comunitários de saúde, programas de nutrição infantil, etc. Outros fatores também contribuíram: , aumento na proporção de domicílios com saneamento adequado, aumento da renda, aumento da escolaridade, etc.

Em 2018, houve um aumento de 30,8 anos na expectativa de vida ao nascer para ambos os gêneros se comparado ao ano de 1940. Para as mulheres, 31,6 anos; homens, 29,9 anos. Com a diminuição da mortalidade, todas as idades foram beneficiadas, principalmente as mais jovens, principalmente na população feminina. O maior número de mortes no gênero masculino pode ser explicado devido a maior ocorrência de causas não naturais ou externas, atingindo com maior intensidade essa população.
O aumento da expectativa de vida também está vinculada ao êxodo rural e a crescente urbanização, já que é nas cidades que temos melhores condições sanitárias.
É possível notar que o envelhecimento populacional é considerável, já que em 2018, quando uma pessoa atingia os 65 anos, ela esperaria viver em média mais 18,8 anos, sendo 20,3 para mulheres e 17,1 para homens. Já em 1940, uma pessoa esperaria viver somente 10,6 anos a mais. Em 2018, a população de 65 anos ou mais representava 9,2% da população total, em contraste com 1940, que representava apenas 2,4% do total.
Assim, concluímos que, devido às políticas públicas o aumento da longevidade da população brasileira vem aumentando consideravelmente.
Alice Campana
Referências:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Tábua completa de mortalidade para o Brasil – 2018. Breve análise da evolução da mortalidade no Brasil. Rio de Janeiro. 2019.




