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Envelhecimento populacional, a nova realidade brasileira

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil se encontra em fase de transição demográfica, onde o envelhecimento da população é um fato concreto na nossa sociedade, principalmente devido à queda da taxa de mortalidade infantil, à diminuição da fecundidade e ao aumento da longevidade. Em 2018, a expectativa de vida aumentou para 76,3 anos, segundo a Tábua Completa de Mortalidade.
Pela primeira vez na nossa história, a Pirâmide Etária está sendo invertida, ou seja, a projeção para 2060 é de 66 idosas(os) para cada 100 pessoas em idade ativa. O custo social desse segmento da população seguirá crescendo até atingir o seu pico. Com isso, podemos voltar nossa atenção para os principais impactos no futuro do país.
Os principais desafios a serem enfrentados estão na formulação de políticas públicas para que esse grupo tenha uma qualidade de vida melhor no futuro, com acesso à saúde e à assistência. O contexto da Previdência Social também é uma adversidade, onde sofrerá impactos em consequência da diminuição da força de trabalho para sustentar o sistema. Com o aumento do desemprego no cenário econômico atual, a arrecadação também será afetada.
A partir disso, dada a Reforma da Previdência para frear um possível colapso nas contas públicas, podemos nos questionar: basta apenas adiarmos a idade mínima de aposentadoria sem darmos condições de trabalho adequadas, como educação e capacitação contínua, para que essas pessoas mais velhas se mantenham no mercado de trabalho sem sofrerem preconceitos?
Nesse quadro de aposentadoria e Reforma, podemos também fazer um recorte de raça para a população negra brasileira. A expectativa de vida dessa população é, em média, 6 anos menor do que da população branca. Com isso, pode-se afirmar que, além da população negra começar a trabalhar mais prematuramente, contribuindo mais para o sistema, mesmo com salário menor, é a que menos usufrui da aposentadoria, já que morrem mais cedo e a nova idade mínima está mais alta.
Apoiamos um modelo sistêmico sustentado em políticas públicas para que as desigualdades sejam reduzidas, assim como uma Reforma da Previdência justa.
Alice Campana
Assistente Financeiro
Fonte:
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OLIVEIRA, Antônio Tadeu R., Envelhecimento populacional e políticas públicas: desafios para o Brasil no século XXI. Espaço e Economia, Revista brasileira de geografia econômica, edição 8, 2016.
PESTANA, Maurício. O negro e a reforma da previdência. Revista Raça, 2017. Disponível em: https://revistaraca.com.br/o-negro-e-a-reforma-da-previdencia/




