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DA SÉRIE: APOSENTADORIA. O QUE FAZER?

Renda fixa? Variável? Previdência Privada? E agora?
Você já se pegou pensando nesse assunto? Realmente esperamos que sim porque planejamento previdenciário é algo muito importante.
As notícias têm deixado muitos preocupados: aumento da longevidade, queda acelerada da taxa de fecundidade, reforma da previdência, cortes na Selic. O Regime Geral de Previdência Social será suficiente? Que ação devemos tomar diante desse cenário?
Tudo começa com conscientização e planejamento financeiro.
Esse é mais um texto da série sobre educação financeira e vamos começar falando sobre Renda Fixa, que são títulos públicos ou privados que equivalem a um empréstimo.
A Renda Fixa funciona basicamente assim: os agentes superavitários da economia emprestam dinheiro aos agentes deficitários. Os agentes deficitários prometem pagar esse valor com juros após um período.
Então, as pessoas que possuem dinheiro acumulado depositam a poupança nos bancos, gerando assim os fundos para os empréstimos (mercado de crédito). O Tesouro Nacional lança os títulos públicos (mercado monetário). As empresas lançam dívidas, debêntures e commercial papers (mercado de capitais). E os investidores de fora também aplicam aqui (mercado de câmbio). E assim existe a Renda Fixa no Brasil. Então, nessa categoria de investimento temos:
• Caderneta de poupança;
• CDB (Certificado de Depósito Bancário);
• LCI/LCA (Letras de Crédito Imobiliário/do Agronegócio);
• CRI/CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários/do Agronegócio);
• Tesouro Direto;
• Letras de Câmbio.
Os títulos de Renda Fixa podem ser pós fixados (variação: CDI ou Selic), pré fixados (variação: taxa fixa) e indexados (variação: cupom + índice).
A Renda Fixa sempre foi considerada um investimento interessante quando se pensa em previdência e esse tipo de investimento é até então o mais utilizado pelos Fundos de Pensão. Tudo dando certo, títulos como NTN-B (Notas do Tesouro Nacional série B) garantem o poder de compra, porque são corrigidos por uma taxa real de juros acrescida da inflação (IPCA). Eu digo “tudo dando certo” porque todo investimento tem seus riscos. E quais são os riscos da Renda Fixa?
Vamos começar falando do Risco da taxa de juros, já que o Banco Central divulgou recentemente mais um corte na taxa Selic. Agora a taxa de juros básica brasileira é de 2% ao ano.
Acaba então que a rentabilidade de alguns produtos de Renda Fixa passa a não ser mais interessantes com esse corte. Reduções na Selic impactam diretamente nos retornos da Renda Fixa e uma consequência natural é a busca por outros produtos com maior risco na bolsa de valores pelos gestores dos fundos de previdência.
Vale explicar também que quando se trata de um Valor Futuro fixo (valor que será pago na data do vencimento do título), alterações na taxa de juros afetam o Valor Presente desse título negociado no mercado, valor que fica em função do valor fixo de resgate, o período de investimento e a taxa.
Além desse risco de taxa de juros que está sendo muito falado hoje, existem outros riscos atrelados à Renda Fixa: o de reinvestimento (funciona como o risco de taxa de juros porém aplicado nos títulos pré fixados com pagamento de cupons), de crédito (mitigado algumas vezes pelo FGC – Fundo Garantidor de Crédito), risco de inflação (que acaba por reduzir o rendimento real, aquele esperado acima da inflação) e o risco de liquidez (que é a possibilidade de efetuar um resgate com valores abaixo do esperado devido a um baixo volume de negociação do papel).
Agora você já conhece um pouco mais sobre renda fixa e seus riscos. Acompanhe os cenários econômicos e, se possui aplicações em fundos de previdência privado, acompanhe o trabalho dos gestores do seu fundo. Esses são os profissionais que gerenciam esses riscos para você.
Os Fundos de Previdência Privada, sob responsabilidade da Comissão de Valores Mobiliários, são apenas uma das opções para o seu planejamento de aposentadoria. Vamos depois tratar dos Planos de Previdência Privados, fiscalizado pela Superintendência de Seguros Privados.
Raquel Fernández




